Cromados, saias artesanais... e ainda sai à rua com ele!
Apanhei esta verdadeira pérola na fila para a ponte 25 de Abril! Mas desta vez não fiquei parado com cara de parolo como quem olha para uma montra de pastéis sem dinheiro; saquei da máquina fotográfica, e gravei o momento para a posteridade! Sim, aquilo é um pobre Volvo 740 GL com uma fantástica saia artesanal feita com (parece que) chapa (ou cromado), que foi depois pintada de verde escuro. O buraco para a saída de escape evidencia a monstruosidade realizada a este clássico. Depois disto, compreendo perfeitamente que a Volvo queira embargar a exportação de carros para Portugal... é que isto não se faz, mesmo que o carro seja um Trabanti, ou que pertença ao Ministro Mário Lino.
Enquanto o leitor fica aí ainda esbabacado a perguntar o porquê de tal acessório horripilante, e quais os benefícios que poderá ter para o carro (estéticos, esses, não são de certeza), eu destaco ainda mais a demonstração de uma tendência que já tinha desconfiado: a moda dos cromados.
Notei, de uma forma empírica, que existe um mandamento oculto do tuga ao volante, que vou agora colocar sobre a luz do Sol: a quantidade de status (ou alegado status) é directamente proporcional à quantidade de cromado que o carro carrega. É verdade, já reparou? Qualquer Audi ou Mercedes da moda tem de sempre uma barrinha cromada atrás a rematar a mala, e um friso a tornear as janelas para revelar "um carro de status". A grelhinha, claro, está cromada À maneira. Quantos cromados tem um Chevrolet Matiz? Zero. E a cromalhada que um Rolls-Royce carrega? Ah pois, voilá. Renault Clio? nops, nada. Audi Q7? Upa upa, crómios por todo o lado.
Ora bem, o comum tuga não fica nunca de braços a abanar, e toca a formular um corolário:comprar fita cromada e aplicar num carro eleva o seu estatuto, de uma maneira bem baratinha. Cabecinha pensadora, bracinhos habilidosos. E prontos, mais uma aberração a circular nas estradas lusas.
Já não é a primeira vez que vejo um carro com as bordas da chapa debruadas a cromado, com o respectivo efeito... de cromo. Este artista, no entanto, pacede do mesmo problema de muitos xunings portugueses: não sabe quando parar. Vai daí, transformou este Volvo uma autêntica cromalheira sobre rodas, semelhante a um Cadillac Deville espampanante à lá americana, mas com ainda pior gosto... Só de olhar para isto, dá logo vontade de tapar a pequena borda de cromado que o meu carro traz, na grelha, só para separar as águas.
Ao menos, o trabalho de cromagem foi bem feito. Ainda estou à espera de apanhar um tipo que passou por mim e que tinha o seu 'bólide cromado' tão mal feito, que as bordas da fita de cromado até saltavam fora. Hilariante. Hei-de apanhar-te... tu vais estacionar, e eu vou apanhar-te! Muahaaha ha ha aaahhhh!!!
6 comentários:
Se é certo que não sou ferozmente contra cromados (não podia ser, porque o meu carro também comporta alguns_DE SÉRIE_), fazer árvores de natal/ bancadas de talho ambulantes também não é o meu estilo favorito... Mas temos que admitir que um MG clássico, ou um Jaguar Type E sem as grelhas cromadas não é a mesma coisa! Para exemplo, basta compararem um MGB da época dos cromados com o último modelo que saiu, que substitui os cromados por uma frente em plástico, a quem eu chamo muito simplesmente de ornitorrinco!!!
foi aki k fizeram os estudos para esta obra de arte ambulante...
http://www.arjaloc.com/Tuning/index.html
lol
Torre, de série é de série, e vice-versa. Por alguma coisa é que as marcas têm um exércido de designers atrás de cada modelo. Agora, quando cada um julga que é mais inteligente do que esa malta toda e decide cromar os esguichos, as janelas, os pára-choques e até os faróis, já está a pedir umas valentes chibatadas!
:D lol! Sim, e concordo contigo inteiramente, os cromados já tiveram mais o tempo deles... Mas fora de tempo (e de sentido) transformam o pobre do automóvel num espelho que encontramos na casa dos nossos avós...
OS cromados que esse Volvo tem nas janelas e afins, infelizmente...eram de série em algumas versões. Normalmente era o que distinguia as versões 740 das mais "requintadas" 760. Já o pára-choques feito a partir de um qualquer cano de chaminé de exaustor partido, é pura e simples falta de gosto! (e de cérebro...)
Antes de fazeres este blog e pores te para ai a mandar postas de bacalhau ve se te informas melhor sobre o que falas! Tenho um 740 ( de origem) e tambem tem aqueles cromados! E qual é o problema de cada um alterar o carro ao seu gosto? Deves ter muito a ver com isso!
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