Comportar-se como um animal ao volante é tão português como o fado e o chibanço. Ter ministros a 200 km/h na A1 sem pagar multa, comprar um Audi em 2ª mão, meter um aileron Matias na oficina do bairro e testar o bólide na ponte Vasco da Gama é português. E dizer mal dos outros também. E viva o blogue :)



quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Alimentar os cavalos - a versão incorrecta.





Os créditos desta fotografia são direitinhos para o caditonuno, o dono de casa que nos tempos livres é um autêntico paparazzi de inteligências ao volante. Ao que parece, ou acabou de presenciar uma forma peculiar de levar o milho à feira, ou a crise é tão grande que o tipo lá decidiu experimentar os tais bicombustívels à sua maneira.

No meu imaginário fértil, acho que a verdura que vemos nesta motoreta não deve corresponde à quantidade inicial, que foi deixando o seu rasto de pasto em cada curva da via pública. Mas se formos a ver, até que dá jeito numa travagem forte, actuando como um airbag orgânico se porventura a pilha fosse um pouco mais alta.

Acredito que o verdadeiro sonho deste vegetariano das estradas é poder ligar a sua motoreta a uma caixa aberta e levar o feno em cima dele. Afinal de contas, essas regras do Código da Estrada sobre condicionamento da carga, ultrapassagem dos limites do veículo e outras tretas só se aplica à malta mesto estúpida que decidiu submeter-se ao exame de condução e que possui uma carta de condução para assinalar a sua submissão a um código que só se aplica a alguns.

Autoridades deste país, onde estais quando é preciso aplicar coimas originadas de um transporte de material orgânico de elevadas proporções em motociciclos sem requerimento de posse de carta válida, e para lavrar o respectivo auto? Sim, por neste caso, acho que há mesmo matéria para lavrar (vocês já estavam a ver esta piada ao longe, não estavam? Eu estava. Claro. É a minha piada.)

domingo, 24 de agosto de 2008

Semi-novo é quando o homem quiser!





Eu divirto-me com tudo. A sério! Até a ler anúncios de automóveis consigo sacar uma ou outra gargalhada, seja ela por causa de um preço de um carro tuning bem optimista (ah e tal, até foi capa de revista, poupem-me...), seja por causa de um "Alfa Romeu" (nem se dão ao trabalho de corrigir um anúncio com 100 letras), seja por causa dos anúncios dos semi-novos!

Os semi-novos são, segundo o vendedor, carros novos a preços de usados. Para o comprador, são carros usados a preço de novos. Para mim, são a palavra da moda, tal como o "aloe-vera" está para os iogurtes e os detergentes, e os "gourmets" para comida rasca que quer ser vendida mais cara. Ou seja, mais um isco dourado para despachar carros usados. É assim mesmo, pois só há DOIS tipos de carros: os novos e os usados. ponto final.

Mas como a lata dos vendedores não tem limites, podemos sempre apreciar pérolas como esta verdadeira preciosidade, registada pelo nosso colega Vítor Magalhães em Grândola, enquanto levava a famelga para passear ao Allllgarve. De facto, há quem diga que a idade é um estado de espírito, e é uma boa tirada para o vendedor justificar a distinta lata com que vende este pobre clássico.

Vale tudo. Tenham cuidado, meus amigos. Vale tudo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O plano tecnológico já está aí! E viva o faroeste português!





A minha alma está parva! Portugal, pelo que me dá a entender, acaba de mostrar evidentes sinais de desenvolvimento sustentado! É quem diz, porque ao que parece, passámos de uns amadores a assaltar bancos com reféns a altas tecnologias como o uso de explosivos C4 para arrebentar com carros blindados, ao belo estilo das belas produções americanas. Digamos que o plano tecnológico do Governo já está a dar os seus frutos, e Portugal está a desabrochar num nicho de mercado muito específico, que é o roubo especializado a veículos.

Ao que os meus agentes apuraram, em Hollywood já andam a pensar em fazer outsourcing dos seus consultores para produção de filmes de acção, e o Tom Cruise já está a pensar em filmar o próximo Mission Impossible IV em Portugal, com umas cenas de perseguição e tiroteio brutais na quinta do Mocho e na quinta da Fonte. Pelo menos poupam um guito brutal só em props e em figurantes. Neste momento as conversações estão algo suspensas, pois parece que um dos lelos roubou o argumento aos agentes, que neste momento andam a bater as feiras de Carcavelos a ver se o compram de volta.

É o que se merece quando neste país há assaltos quase diários a bombas de gasolina, e depois os tribunais libertam-nos logo a seguir, coitados, senão ainda perdem os "Morangos com Açúcar". É o que se merece quando temos um corpo governativo caquético e autista, que acha que a polícia deve ser impedida de disparar em perseguições!

Se em Portugal os polícias é que pagam os estragos nos carros, a farda e ainda são mal-pagos, eu fico é admirado como é que no assalto ao carro blindado, os larápios ainda têm o cuidado de colocar armadilhas para evitar perseguições! A minha tese é que os ladrões não são portugueses! Claramente, pois se fossem, sabiam perfeitamente que um Fiat 127 chegava e sobrava para fugir à bófia, que está ocupada a multarem-se umas às outras. Se fizessem o trabalho de casa, evitavam gastar uma pipa de massa nesse C4! Mas eu entendo-vos, vocês querem é aparecer no próximo filme de porrada do Tom Cruise, não é?

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Preguiça? Postiça? Palhaça? Passadiça? Ai o catano...





Ora o nosso grande amigo Leitão de Almeida, que confessa que não gosta muito de fazer a A1 e passar pela Mealhada (vá-se lá saber porquê...), deu de trombas com mais uma belíssimo exemplar do que eu gosto de chamar de "poemas de 18 rodas", e que eu carinhosamente estou a guardar na nossa best-seller série "O oráculo dos camionistas".

Ora, para quem aqui tropeçou porque andava a ver se este quelho tinha fotografias de gajas com mamas à mostra e ainda não encontrou nenhuma (quando encontrarem, avisem-me por mail) mas deu de caras com este insólito, não fiquem com essa cara não rápái, porque camionistas portugueses possuem uma costela de Camões, em cada um deles!

Não sei se vos acontece o mesmo, mas sempre que vejo mais uma tirada poética dos nossos heróicos trovadores das auto-estradas, dou comigo mesmo a traulitar o duo São Lindas, "Viver é Poesia!". E realmente, a vida é um mar de situações poéticas, e quando alguém se mete por trás e mete cobiça, então, desperta o Fernando Pessoa que há em nós.

Só que o sacana do tipo, ao que parece um desses poetas perfeccionistas e meticulosos, anda ainda à procura da rima perfeita para rematar com uma palavra de ouro esta bela tranche poética, como quem procura o Éden da Poesia TIR. Como reles condutor de 4 rodas, é verdade que ainda me falta muito bronze no braço esquerdo, uma matrícula personalizada, calendários de gajas nuas e uma veia poética abismal para poder atrever-me a terminar este versículo. Será Preguiça? Será Postiça? Será Palhaça? Será Passadiça? Oh meu Deus, sou um nabo para versos!

O que é que vocês acham? Há por aqui algum camionista que possa dar uma dica para esta bela poesia? Caro leitor, vá fazer um cházinho de tília e ponha música clássica a tocar... inspire-se e procure acabar este poema. Garanto-lhe que se conseguir terminar este verso com uma rima apaixonante, então tirar a carta de pesados para si vai ser como beber um copo de água! E é assim que se fazem os camionistas lusitanos.

sábado, 16 de agosto de 2008

"Fica descansado porque ninguém me viu a escondê-las"





O nosso colega Amândio Cupido enviou-me esta imagem que, alegadamente, terá sido registada na ilha de São Jorge, nos Açores. Êuhmn ôbróçu prêus Áçêwrs! :) Quanto à veracidade da estupidez patente na fotografia, isso não posso comprovar; mas se foi uma montagem, foi muito bem feita pois parece bem real.

Não há dúvidas que, em muitas situações, a honestidade e sinceridade pode estar de mãos dadas com a estupidez. Eu cá não sou muito de letreiros, mas uma vez quase que estive a colocar um a comunicar aos amigos do alheio que sou daqueles que tira a pecinha do auto-rádio e efectivamente levo-a comigo, não a deixo no porta-luvas, pelo que estavam a perder o seu tempo em (mais uma vez) tentar roubar o meu auto-rádio sem a pecinha, julgando que esta estava escondida no porta-luvas. É que eu sou daqueles que sabe bem que esconder a tal pecinha no porta-luvas não é um expoente máximo de inteligência inacessível a qualquer larápio.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Choque! O Amolador de facas apagou os letreiros!






Parece que os meus receios eram infelizmente bem fundados: há algumas senamas atrás, enquanto conduzia calmamente por Benfica adentro, vi o famosíssimo amolador de facas de relance, na sua inconfundível AP50 vermelha. A minha emoção foi logo violentamente congelada ao verificar que este verdadeiro ícone lusitano apagou quase todas as mensagens e letreitos que tinha!

O nosso mais recente agente deste blogue, o jfuck, acabou de me enviar estas fotografias que comprovam a destruição quase completa de um dos mahatmas da peculiariedade da relação tuga-veículo. Apesar de ter cometido o erro de julgar que as fotografias eram uma novidade para mim (pfff...), não deixam de ser, até hoje, o mais fiel registo desta icónica AP50 das nossas estradas, que tristemente perdeu um pouco da sua aura. Obrigado, amigo jfuck.

Chamem-me saudoso, provinciano ou mesmo tipo a precisar de uma vida; o que é certo é que a minha noção de espaço-tempo não será mais a mesma, ao saber que os lindos "Alicatos", "Assestencia" ou o imortal "Macanica Otomovel" foram para sempre apagados da nossa história. Resta-nos este registo histórico que este blog possui do Amolador de facas como nós o temos no nosso imaginário, e até criei uma etiqueta "Amolador de facas" dedicada à carismática AP50 vermelha, o que atesta cada vez mais o papel interventivo do P@V para manter viva a nossa identidade cultural. Hoje, o blogue. Amanhã, um museu. Depois, a fama e o dinheiro.

No entanto, continua por desvendar o mistério de ter desaparecido todo o tipo de menções ao SLB (ou então, nem é assim um grande mistério...) De resto, é de apontar para os mais distraídos que a mancha cinzenta que aparece no canto do pára-choques não é uma pastilha elástica mastigada pelo Hulk, mas sim um pequeno coelhinho que adorna a motorizada. E mais não digo, pois já se está a formar uma lágrimazita no canto do olho, e eu sou um sacana para controlar as emoções.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Uma pata a acelerar, outra pata de fora.





Da minha fila imensa de imagens de situações rocambolescas que presenciei nas estradas portuguesas, esta é sem dúvida das minhas favoritas. Apanhei este verdadeiro artista de circo a subir a VCI há uma semana atrás, antes de partir para outras terras mais gélidas do Norte.

Sim, é mesmo isso que estão a ver: o artista em questão está a arejar os fungos do seu pé esquerdo, ao mesmo tempo que conduz a sua pobre montada pela VCI acima. O aspecto dele não enganava e tinha todos os sinais típicos de um basofe-wannabe, com mais alguns compinchas no carro para comprovar as proezas ao volante e gozar de um certo estatuto gerado por tamanhas parvoíces que aquela idade apregoa.

Agora é que me ocorre: não existe nenhuma lei que obrigue o condutor a ter os dois pés perto dos pedais, pois não? Se for a ver, também não há leis que impeçam um condutor de conduzir com os pés; pelos vistos, e confirmando com a triste figurinha que este verdadeiro palhaço ao volante estava a fazer, parece que é preciso alterar o Código da Estrada e legistar correctamente as posições proibidas dos nossos membros enquanto se conduz um carro.

É Portugal, o que se há-de fazer? Ainda ontem, em conversa com um nativo aqui do país de onde me encontro, voltou a confirmar a aplicação de uma das regras mais fabulosas de todos os tempos: aqui, o limite de alcoolemia no sangue enquanto se conduz é 0.0 g/L. Ou seja, bebes uma gotinha que seja, e vais visitar a prisão por 2 semanas. Sem tribunais, sem cunhas, sem nada -- direito para a choça, e aprendes logo. Em Portugal, se esta lei entrasse en vigor, acho que teríamos de sub-alugar prisões aos países vizinhos.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Xuning Karaoke!








Viva malta. Apesar de já me encontar na terra dos bacalhaus, ainda tenho uma bela fila de aberrações para despachar das minhas máquinas fotográficas. Uma delas é este fabuloso exemplar vivo de "portuguesismo ao volante", na sua forma que eu mais aprecio: o xuning caseiro. E este Fiat Tempra deve ser dos que mais suscitam interesse, se por acaso houvessem concentrações de "xuning caseiro" em Portugal. Ora aí está um nicho de mercado virgem, por explorar.

Pode-se apreciar que a mania dos cromados ainda está bem viva no panorama português. uma vez que os arcos dos vidros, o rebordo em baixo do carro, a barra da mala e a grelha do motor foram pintados à trincha com uma pintura metalizada. Já os faróis, esses, possuem um autocolante prateado recortado à mão, para melhor dirigir os focos luminosos (esses italianos não percebem nada de estética de farolins!). Claro está que não podia faltar o autocolante do milhafre no meio do capô, como que a anunciar a pujança dos prováveis 76 cavalos do 1.4 deste exemplar.

Aprecie-se que o dono fez uma faixa amarela "racing" a toda a volta do carro, um feito artesanal mas até bem executado, com a ajuda de fita-cola e das latinhas de tinta Humbrol dos aeromodelos do miúdo. Pelos vistos ainda sobrou alguma tinta, pelo que o aileron escandalosamente subtraído a um Citroën AX qualquer, possui também uma reborda amarela a evidenciar a sua função sempre imprescindível de colar a traseira do carro ao chão, a velocidades abaixo de 50km/h. Ah, note-se que os retrovisores também sofreram o mesmo tratamento amarelóide, e os tambores dos travões também são amarelinhos, o que mostra algum planeamento cuidadoso da obra xuning (ou então, as latinhas amarelas estavam em promoção).

Gosto particularmente do autocolante "EuroTypeR" a adornar o tampão da gasolina, um 'R' a invocar o mito do TypeR da Honda e que, como decerto que concordam comigo, não destoa muito neste exemplar único de fina engenharia italiana e de design lusitano. A parte mais curiosa prende-se com o lettering "Karaoke" ao lado de um "Cuidado" no vidro traseiro. É de salutar que o dono avise os demais traseuntes para se precaverem das cantorias realizadas nesta "Discodance" móvel, pois provavelmente o nível de cantorias no carro deve ser de Quim Bareiros para baixo, o que pode ferir alguns condutores mais sensíveis.

O que é que motiva as pessoas a andarem em carros destes?!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Menina, chupa que é doce!





Pois é, meus colegas internetaicos... aqui fica mais uma pepita extraída do inesgotável filão que é a sabedoria dos camionistas portugueses. Esses verdadeiros oráculos de 18 rodas não se coíbem de passear e de partilhar a sua vasta experiência por todas estas estradas (e matas) fora, e como consequência o nosso colega tulicreme registou mais esta tirada escarrapachada na traseira de um camião, e acedeu em partilhar este naco de conhecimento com a malta toda.

Mas o que mais me alegra é o facto de, com mais de um ano de existência, este blogue já poder reivindicar para si o título de melhor conglomeração de conhecimento sobre portugueses à face da Terra, e até subdividido nos capítulos que quiserem. Por exemplo, podem consultar a nova série "O oráculo dos camionistas para acederem ao historial de mensagens dos camionistas que conseguir reunir, o que irei fazer com tanto afinco como nos cromos que saíam das chicletes Gorila.

A colecção ainda encontra-se algo vazia, com os exemplares de "Sorria, a tua mulher adora-me", e o clássico "As estradas são como as mulheres: boas tornam-se perigosas". Fico à espera das vossas contribuições para enriquecer esta bela caderneta com os bolinhos da sorte dos nossos incansáveis camionistas. Bem hajam!

Nota: esta posta não está relacionada com nenhuma marca de gelados.


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