Comportar-se como um animal ao volante é tão português como o fado e o chibanço. Ter ministros a 200 km/h na A1 sem pagar multa, comprar um Audi em 2ª mão, meter um aileron Matias na oficina do bairro e testar o bólide na ponte Vasco da Gama é português. E dizer mal dos outros também. E viva o blogue :)



segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Como insultar ao volante: um manual.

Como insultar

A minha condução melhorou bastante depois deste manual!


Uma vez, na minha imaturidade ao volante com 2 anos de carta, tive de parar numa rua porque um tipo decidiu fazer uma inversão de marcha. Enquanto fazia a manobra, cometi um grave erro: buzinei-lhe e gritei-lhe um "despacha-te!", como um bom tuga ao volante. Contudo, em vez de ficar colérico e de mandar para a pqp, coisa que aliás já estava à espera, o tipo levantou-me a mão e disse-me "obrigado.". Mas não foi de ter estado à espera, foi da buzinadela! Ele agradeceu a buzinadela! Deu-me 15 a 0 e deitou-me abaixo moralmente para o resto da viagem. A partir desse dia, percebi que o meu instrutor de condução descurou uma parte importante da minha aprendizagem: os insultos ao volante!

Encontrei o livro que procurava, e já o tenho há cerca de 10 anos. É escrito por um tal de Angel Palomino (creio que é espanhol), da Papagaio editora (belo nome), e ontem recomecei a lê-lo. Confesso que a minha condução melhorou consideravelmente depois disso. Nesse livro, mostra-se claramente que chamar "filho da puta" a outro automobilista é tão emocionante como chamar "paneleiro" ao José Castelo Branco. Que grande descoberta, dah.

É verdade, caro leitor: chamar "filho da puta" não tem nem 5% do efeito devastador de um insulto irónico como o "obrigado" que o outro tipo me atirou à cara, e que ainda me corrói as tripas! É necessário desenvolver a nossa ironia para sobreviver na selva de alcatrão. Há que procurar a originalidade nos insultos, o humor visceral que dá um colorido especial no tránsito tuga, e que derrota qualquer automobilista na fila matinal, o que faz com que consigamos passar-lhe à frente na intersecção!

Há que admitir que, depois de um atrito qualquer ao volante, um diálogo cinzento e chato como este:

- "Granda filho da puta!"
- "Filho da puta és tu!"
- "E tu, és um cabrão!"
- "E o teu pai é maricas!"

Tem claramente outro nível se fosse da seguinte forma:

- "Bom dia. Já encontrou o seu pai, ou ainda anda fugido?"
- "Eu? Já, sim senhora. E você, já sabe qual deles é o teu pai verdadeiro?"
- "Claro que sim, disse-me há poucos que ia encontrar-se com a sua esposa!"
- "A sério? Não há problemas, a minha esposa tem muitos colegas homossexuais inofensivos".

2 comentários:

BISMARQUES disse...

Tens que arranjar esse livro em Pdf!

Abraço
http://philoshippos.blogspot.com/

Torre disse...

Vim ver aqui o baú das recordações do blog, e vi esta posta... Acho que ainda não eram tempos de eu andar aqui pelo estaminé... Que vida triste eu tinha!!! :D

...E também para dizer que também tenho este livro, que é simplesmente genial, comprei-o por 500 paus num mercado do livro daqueles que há volta e meia no Ferreira Borges, aqui no Porto... São horas garantidas de regabofe, e também muita cultura automobilística!

A minha favorita é a de perante uma asneira de outro condutor, exclamar: "o/a senhor/a conduz maravilhosamente! Em que parque de diversões é que aprendeu!?"

lol


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