Comportar-se como um animal ao volante é tão português como o fado e o chibanço. Ter ministros a 200 km/h na A1 sem pagar multa, comprar um Audi em 2ª mão, meter um aileron Matias na oficina do bairro e testar o bólide na ponte Vasco da Gama é português. E dizer mal dos outros também. E viva o blogue :)



sábado, 25 de agosto de 2007

Os portugueses adoram pirilampos, é verdade!





O meu colega Alberto Simões, que tem até um blogue pessoal, deu-me a dica para esta posta mandada pelo blog d'O Insecto. Bem, como eu não sou nenhum Luís Filipe Menezes, aqui fica a dita referência e créditos de todo o texto, que NÃO É da minha autoria: o motivo porque transcrevo na íntegra é que está tão perfeito, e tão dentro do tema deste blogue, que não mudei nenhuma vírgula e que meti-o aqui para ter mais visibilidade. Mas o link original é este, não se esqueçam! Espero que o autor não se importe...

«O meu carro ficou, no fim-de-semana sem bateria, mas ainda sem saber se de facto era a bateria avariada ou não decidi chamar o reboque do seguro para levar o carro à oficina mais perto de casa e resolver o problema. Combinei com os senhores do reboque à hora X à porta de casa para levarem o carro. Quando entrei na rua já lá estavam e, tal como manda a lei, com as luzes em cima do tejadilho ligadas e a piscar. O que dava o ar de haver problema. Alguém tinha feito alguma coisa. Havia um problema na rua que era preciso resolver. Uma coisa grave, talvez.»

«Desço a rua normal mas curioso pelo facto de à medida que descia a rua havia, cada vez mais, gente a parar e a ficar a olhar para o reboque. Gente, pura e simplesmente, a ver o que se estava a passar. Cada um que passava na rua parava ao lado do reboque e olhava para o meu carro e para o reboque com olhar muito cientifico. Aquela gente que por ali se foi juntando, ao reboque e ao meu carro, entrou em delírio e em êxtase quando tive de abrir o capot do carro para testar a bateria. Aí, ai povo, foi ao delírio. Era vê-los a olhar para o motor, todos eles com olhar de entendidos e de credenciados mecânicos.»

Uma conversa X pode ser sobre literatura mongol, sobre física nuclear, ou sobre macramê: o tuga normal tem sempre um bitaite pronto para mandar sobre isso. É sagradinho!

«Mas a melhor parte foi quando algum deles se lembrou de dar uma opinião, a contrariar o que o senhor, muito diligente, do reboque estava a fazer.»

Eu disse que tinha sempre um bitaite para mandar, podia era não acertar. Que é o mais comum.

«Mas o maior espantoso ainda está para vir. Felizmente, com a ajuda do senhor do reboque percebi que, à primeira vista, o problema era mesmo da bateria. O carro pegou, não tendo sido necessário colocar o carro no reboque e as luzes do tejadilho foram de imediato desligadas. E foi ai que o povo começou de imediato a debandar. Portanto, o que os mantinha ligados à situação eram de facto as luzes a piscar no tejadilho do reboque, pois mal foram desligadas as pessoas começaram a desaparecer. A ligação dos portugueses às luzes a piscar nos tejadilhos é muito forte. E já agora o problema no caro era mesmo da bateria e já anda novamente, felizmente.»

Realmente, os portugueses ficam fascinados com todo o aparato causado por um carro em dificuldades, é verdade! Uma vez estive a trocar um pneu furado há anos atrás, e transformei-me logo numa atracção tão válida como um episódio de Morangos com Açúcar. E levei logo com um bitaite ou dois; ainda me lembro do mais genial deles: "É melhor levar o pneu à oficina, pois deve estar furado." Ora digam se isto não é de fino recorte técnico-científico!

Obrigado desde já ao autor deste texto. Bela peça.

3 comentários:

Anónimo disse...

Nem de propósito, parecia que alguém estava a relatar o que aconteceu comigo, a diferença é que veio tudo à varanda. Quando me viram a empurrar o carro para a estrada e de capot aberto até arregalaram os olhos, mas depois ligaram-se os cabos, o carro pegou e fechei o capot, começou tudo a recolher à base.

Anónimo disse...

chama-se "geração espontânea" eles crescem mesmo do chão assim do nada basta que surja as condições certas (um acidente, luzes a piscar, alguem na praia a afogar-se, coisas do genero) e têm o nome cientifico de mironis patronisis portuguisis peculiaris ou usualmente alcunhados de Mirones Xefes ou Patrões.

Anónimo disse...

Deixo aqui o link directo para o post do Insecto pois se há coisa que detesto é ter de andar a ler carradas de posts num blog só para encontrar aquele que me interessa.

O Português adora todo o tipo de carros que têm luzes que piscam no tejadilho


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