Comportar-se como um animal ao volante é tão português como o fado e o chibanço. Ter ministros a 200 km/h na A1 sem pagar multa, comprar um Audi em 2ª mão, meter um aileron Matias na oficina do bairro e testar o bólide na ponte Vasco da Gama é português. E dizer mal dos outros também. E viva o blogue :)



terça-feira, 5 de junho de 2007

RR: O Melhor Condutor Português!





A Renascença ficou chanfrada de vez! Hoje de manhã ouvi na rádio, e confirmei no sítio deles: Eles estão à procura do melhor português ao volante! Sim, também já lhes mandei um mail e eles insistem: não só acreditam que o vão encontrar, mas também acreditam que o Benfica será campeão para o ano que vem! Cigarros de enrolar, dizem eles...

Calma, jovem, calma. Não tires ainda o teu Saxo da garagem: parece que eles estão à procura de algo... mais raro! Nas palavas deles, «não é preciso ser o mais veloz, nem aquele que mais arrisca... tem de ser, sobretudo, o que põe em primeiro lugar a sua segurança e a segurança dos que viajam na mesma estrada.». (bocejo) E rematam com um: «Vamos pôr à prova a sua capacidade de dominar o volante!».

O concurso inclui:

  • umas estonteates provas práticas de condução nos simuladores do Automóvel Clube de Portugal, para atestar o «respeito pelas regras do código da estrada e de civismo que revelar durante a prova»;
  • umas perguntas teóricas sobre o Código da Estrada e de comportamento cívico ao volante, aleatoriamente, durante a manhã, via telemóvel.

Por outras palavras: se tens tempo livre e nada de interessante para fazer, se os teus hobbies incluem coleccionar selos e ter aulas de macramê, se a tua maior aventura ao volante foi tentar estacionar no caracol do El Corte Inglês, então isto é para ti. Compra um Código da Estrada do João Catatau e estuda-o exaustivamente. Torna-te num freak. Esperam-te 500 euros e um Yaris.

Compreendo que possam haver pessoas interessadas em ganhar este prémio, e que o façam por isso, mas daí a intitulá-lo o "melhor português ao volante"... nops, rejeito esse título. Isto é como a entrega dos Óscares: há muitas categorias, não se pode dar um prémio genérico, e sobre estes parâmetros... bem cinzentos! Eu proponho que se encontre também:


  • O melhor português a estacionar como um cepo. Os estacionamentos serão avaliados segundo a capacidade de estorvo no estacionamento (inclui estacionamentos desnecessários em cima do passeio e em lugares de deficientes), a originalidade do estacionamento, a invenção de novos lugares de estacionamento (uma arte que merece sair da sombra), e a sua capacidade de iludir os fiscais / sapos / polícias.
  • O melhor português a insultar nas filas de trânsito. Sarcasmo e ironia devem ser premiadas, pois são formas de insulto em desuso. Vá, qualquer um sabe dizer "filho da puta" de janela para janela... É tão original como uma gravata às riscas... há que mudar isso, e incentivar o uso de insultos coloridos nas nossas filas de trânsito, para que a produtividade cresca!
  • O melhor português em simulador de automóvel, sim senhora, mas desta feita em duas modalidades: Grand Theft Auto: San Andreas e Destruction Derby.
  • O melhor português a percorrer distâncias em engarrafamentos. O teste será feito em plena IC19 em hora de ponta, e os participantes serão encorajados a saltar irritantemente de fila em fila, pois a chegada deverá ser decidida ao metro (faixas de emergência não são válidas -- é muito fácil).

Aí sim, encontramos verdadeiros artistas na arte ao volante lusitano.

Enquanto a RR fica a ponderar estas sugestões bem viáveis, pode-se inscrever no concurso aqui. Depois discutimos os meus honorários.

1 comentário:

Anónimo disse...

Melhor condutor?
Também não acredito nisso.

Este fim-de-semana, por motivos pessoais, vi-me obrigado a palmilhar cerca de 900km, tendo pelo meio atravessado quase toda a A1, em ambos os sentidos.

E a única conclusão a que cheguei é que, no que toca a automóveis, o concurso não deveria ser "o melhor condutor", mas sim "a melhor bailarina".

A avaliar pela quantidade de veículos que saltitam alegremente de faixa em faixa sem qualquer sinalização, eu próprio fiquei na dúvida se seria eu quem estava errado ao usar os piscas, mas felizmente as pessoas que viajavam comigo garantiram-me que o código da estrada ainda não foi mudado e que o pisca ainda é para ser usado.

Assim sendo, as outras pessoas só podiam mesmo ser bailarinas, pelo que lanço daqui um apelo ao Governo, para que crie as infra-estruturas necessárias para que estas pessoas tenham um sítio para treinar e para fazerem as suas actuações, e não serem assim obrigadas a ir para a estrada experimentar os seus passos de dança.


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