Para quando o primeiro caso de burrice GPS + Português ao volante?
Já tinha sido alertado há alguns meses atrás pelo meu colega Albie, que ultimamente anda à coca de coisas que não lembram nem ao diabo; ontem, voltei a encontrar mais uma notícia na BBC, sobre a mais recente praga nas estradas inglesas: os condutores que obedecem cegamente ao GPS. Nos últimos meses, parece que virou moda em Inglaterra apanhar camionistas entalados em caminhos de cabras, só porque o GPS sugeriu tal rota.
Em Portugal, estranhamente, ainda não há notícias de alguém entalado num ribeiro, só porque o aparelho disse que era um trajecto mais curto. Mas como a inteligência não abunda nas estradas portuguesas, acredito que é uma questão de meses até apanharmos o primeiro burgesso-GPS português. Ainda ontem, estava um Peugeot 206 parado na faixa da esquerda na Nacional 6, com os 4 piscas, e uma tipa lá dentro. Sem triângulo, claro, pois nem devia saber montá-lo; e o colete não devia condizer muito bem com os sapatos, como tal, deixou-se ficar dentro do carro à espera do reboque. Agora imaginem que ela tem um GPS... e que decide usá-lo... e seguir as instruções...
Eu próprio tenho um navegador GPS, e que dá um jeitaço do caraças. Agora, quem tirou a carta fui eu, e não o aparelho! Tenho a perfeita noção de que um GPS é uma ferramenta, e não o oráculo supremo! O meu navegador vem com uma voz feminina com um ligeiro sotaque ucraniano, o que é muito bem pensado por parte do fabricante: ninguém vai confiar cegamente numa mulher, muito menos oriunda de um país estrangeiro, para nos guiar pelas estradas portuguesas, não é? Eu não, mas o problema é que, neste país de pessoas com graves lacunas intelectuais, haverá muita gente que irá obedecer sem hesitar ao Mahatma dos mapas, mesmo que ele nos aponte uma via em contramão, ou pela montanha acima.
Eu defendo que em Portugal haja uma lincença de porte de GPS! O que vale é que a maioria da malta que comprou o tal aparelhinho ainda não sabe mexer nele, pois só comprou para meter o vizinho a trepar paredes; mas quando começarem a pedir aos putos para mostrar como aquilo funciona, vai ser o caos nas estradas portuguesas! Se sem o GPS é o que sabemos em casos de contra-mão, com GPS corremos o risco de termos duas verdadeiras faixas mistas!
Agora, vamos ver este potencial problema do ponto de vista dos políticos: o que é mais rentável? Taxar os GPS com um novo imposto, mandar a GNR andar à cata de malta que o use enquanto conduz, ou meter mais radares?