A posta da higiene nasal ao volante
No seguimento desta dúvida existencial que o meu colega forunista Jarod teve acerca dos hábitos higiénicos nasais dos portugueses enquanto na pele de condutores, decidi também eu fazer uma ligeira introspecção (só de cabeça, sem dedos) a esse fascinante hábito: porque é que nós sentimos mais apetência a tirar macacos do nariz quando conduzimos? Eu acho que este hábito deve ser até bem internacional, com a diferença de que em Portugal, se tiramos ranho do nariz, ao menos temos a certeza de que é um ranho de melhor qualidade do que o vizinho.
Se formos a ver, andar num elevador não nos puxa muito para andar a fazer cócegas às narinas. É claro que há sempre aquele risco de a porta abrir e darmos de frente com a malta do trabalho em pleno acto de desentupimento nasal... mas também é verdade que não estamos propriamente escondidos dos outros olhares quando estamos parados num vermelho!
Cá por mim, podiam outra vez subcontratar aqueles cientistas que os jornais das 8 invocam sempre para terminar com uma nota de boa disposição depois de tanto sangue e corrupção em 1h30m. Daqueles que andam a estudar o efeito de olhar para mamas de gajas e o impacto que isso tem na vontade de comer queijo. Sim, esses mesmos podiam estudar se existe uma correclação entre o tempo que passamos dentro do carro e o tempo que passamos com os dedos enfiados no nariz. E já agora, nos semáforos. Aquelas cores devem possuir um efeito deveras hipnotizador na malta. Que o digam a malta que curte Bob Marley.
Eu também tiro macacos do nariz e com orgulho, e com os dedos! Sim, porque se limpar com um lenço, posso vir a ser multado, pois anda por aí um mito urbano que houve um fulano que foi multado por se assoar. Agora, quando a dedos a fazer a ronda à procura do muco nasal, aí a lei é omissa! Se sair uma coisa em condições, sou homem até para abrir o vidro e mostrar a obra de arte, e de catapultá-la com categoria.
Já agora, há aqui alguém que limpa debaixo do banco? Eeeergh! Uma vez vi um tipo no semáforo que fez a tradicional "caça ao macaco", só que correu mal: em vez do símio sair ordeiramente do nariz, saiu-lhe uma espécie de queijo de pizza, que insistia em fazer um belo fio entre o nariz e o dedo. O pobre do moço bem que tentou limpar ao volante, mas o estendal já estava montado. Por último, embaraçado, acho que limpou tudo aos estofos do carro, fez uma daquelas sondagens com a cabeça "ninguém viu, pois não?" E lá foi à sua vida, provavelmente com um pouco de mais aderência entre o volante e as mãos.
Vá lá, podia ser pior. Podia ser que nos desse vontade de caçar burriês enquanto andávamos pela Internet. Já examinaste o teclado de um computador público? Medo, muito medo...
Já agora, vejam esta preciosidade em termos de degustação de muco nasal em pleno trânsito...