É carros eléctricos, é taxas "robin dos bosques"... é mas é muita lata!
É preciso ter uma grande lata! Só agora, em Julho de 2008, é que descobriram o maravilhoso mundo dos carros eléctricos! Realmente, as visitas à Finlândia devem ter servido só para reconhecer as pistas de ski por lá, e a visita da família real da Noruega cá em Portugal deve ter servido mesmo para o cozinheiro do rei aprender a cozinhar bacalhau decentemente.
Depois destes meses agonizantes com os combustíveis a subirem em proporção às contas bancárias dos administradores da Galp & Cª, eis que finalmente acordam para a realidade e é anunciada uma parceria com a Renault-Nissan para que Portugal seja uma das cobaias. Yup, Portugal, Dinamarca e Israel são os países escolhidos para testar os novos modelos da Renault. A opção por Portugal é simples: em primeiro lugar, deve dar jeito aos administradores do consórcio ter o Algarve à distância de umas horitas; em segundo, porque vamos entrar em ano eleitoral, obviamente!
Apesar de reconhecer que o Sócrates pelo menos tem tomates menos pequenos do que os outros primeiros-ministros (parafraseando o Henrique Medina Carreira, "um fugiu e ninguém sabe dele, o outro arranjou melhor tacho na UE, e outro foi despedido pelo presidente; este ainda vai aguentando"...), também é verdade que já cansa o show-off com que apresenta o óbvio.
Acham que estou a ser injusto? Então reparem bem o que eu considero um INCENTIVO DECENTE para que a população opte finalmente por um tipo de carro que se encontra ainda mal visto, obra de um lobby petrolífero bem potente que, finalmente, está a diluir-se no próprio veneno que produziu, a especulação desenfreada:
- Serem isentos de taxas (como o imposto de circulação)!
- Serem isentos de algumas portagens (como na ponte 25 de Abril)!
- Terem estacionamento gratuito, lugares específicos e com carregadores eléctricos no centro das grandes cidades!
- Poderem circular nas faixas de bus!
Acham que estou a sonhar? Pois é precisamente estes benefícios que vigoram em países como na Noruega e em Westminster, Londres! Se o primeiro-ministro quer realmente que o tuga típico troque para um carro eléctrico, tem de fazer mais do que isso! Essa de aplicar a taxa "Robin dos Bosques" não passa de uma medida para tentar ganhar alguma simpatia eleitoral por causa do nome vistoso, mas na verdade o que ele quer é uma fatia do bolo chorudo que a Galp ganhou com a inacção do Governo em atenuar a exploração escandalosa a que fomos sujeitos! É assim que se apanham os hipócritas.
Mas já nada me surpreende, depois da Galp não ter efectivamente descido o preço do gás com a descida do IVA de 21% paa 20%, usando a desculpa super-esfarrapada do "erro informático", e os generosíssimos proxenetas da Galp ainda se oferecem para devolver o valor... De facto, é roubar e ainda rir na cara.
Já agora, alguém sabia que a Galp acabou de entrar para o top 500 das maiores empresas do mundo? É claro que, nos tempos que correm, não convém divulgar isto aos quatro ventos, pois todos nós sabemos de onde veio esse dinheirinho extra, e como é que foi obtido.
Honestamente, o meu medo agora é que larguemos um monopólio de proxenetas (Galp), para se calhar entrar noutro (EDP)... que venha a campanha eleitoral já, enquanto andamos meio habituados à roubalheira e pouca-vergonha! Assim ao menos somos poupados a mais meses de agonia e sofrimento em 2009.
10 comentários:
estes "senhores" são uns iluminados!!!!
muito bem escrito.
Atenção, os carros eléctricos não terão um desconto de 30% no IA, mas sim de 70%!
O que as notícias dizem é que estes carros pagarão apenas 30% daquele imposto.
Acho que por muitas segundas intenções que tenha, este programa é positivo... não vale a pena estarmos a bater quando não fazem nada... e depois a bater quando fazem seja o que for.
Um pouco mais de opimtismo também nos fazia bem, em Portugal.
Segundo a história do IA, o que eu percebi é que a componente ambiental deste imposto é de 70% e como esse componente seria 0, o IA ia ficar apenas a 30% (os hibridos tem desconto de 40% e por isso ficam com 60%). Pelo menos isto era assim à 3 ou 4 anos...
Em relação aos apoios aos carros eléctricos tens toda a razão. Só estou curioso relativamente à autonomia e ao tempo de carregamento. Acho que o que vai convencer definitivamente os portugueses vão ser as características do carro e o preço. Eu gostava de estar na fila da frente para comprar um mas o tio Sócrates não está a ajudar e o mais provável é quando chegar a hora eu estou nas lonas como o resto (90%) do nosso portugal.
Luciano,
Em relação à autonomia, se sair mesmo com essa autonomia acho muito boa... desde que o carregamento numa bomba de gasolina não demore mais do que meia-hora. Não me apetece ter de dormir a meio caminho para o algarve...
Não digo toda a frota porque os nossos ministros precisam de se deslocar em missão de estado a 200Km/h para... casa da maezinha deles e os Nissan não vão fazer isso. Mas que mais de 50% do parque automóvel público podia ser, estou certo que sim...
Pedro e Sardinha, obrigado pela correcção. De facto, quando a esmola é muita, desconfiamos. Já está corrigido.
Nenhum carro electrico carrega em meia hora, talvez 6 ou mais, têm que dar tempo á tecnologia...querem ter as mesmas facilidades dos carros a gasolina? :S metem o carro a carregar durante a noite e depois andam talvez 100 km...como eu, para mim chegava. viagens grandes? bem, orientem-se!
"Uma boa forma de promover este projecto era a administração pública ser OBRIGADA a utilizar apenas estes carros."
E não é a "administração publica" que cria as leis?, Nunca vão criar leis contra eles próprios.
André,
O orientem-se não é uma resposta inteligente neste aspecto (se o fabricante disser isso tá lixado). Deste modo vais tirar de cena todas as pessoas que não se podem dar ao luxo de ter 2 carros! Nós sabemos isso e os engenheiros que os fabricam também.
Li algures que em numa estação preparada para o efeito o carregamento poderia demorar 30 min. Provavelmente ainda ninguém sabe muito bem quanto vai demorar mas este aspecto é claramente um obstáculo.
"ISPERTO" este menino de oiro!
Se não ouver forma diferente, em termos de autonomia, que remédio teremos nós se náo orientarmo-nos! Quando o nosso ordenado não der pra comprar um depósito vamos ver se a malta não se orienta!!! E acreditem senhores isto só vai piorar daqui pá frente!!!
Penso que não vamos chegar a esse ponto.
Na minha opinião, o petróleo que está nos 150USD não deve de chegar aos 500.
E se chegar o consumidor comum já não se vai importar com isso.
Em relação ao orientar-nos, a ciência avança com a necessidade das pessoas. Pense nos telemóveis no que eles eram inicialmente e no que são neste momento, quer em termos de autonomia quer em termos de funcionalidade.
O mesmo vai acontecer com os automóveis, a autonomia e a rapidez de carregamento vão evoluir (quanto mais caro tiver o petróleo mais dinheiro irá haver para este tipo de investigação)
O pior vão ser estes tempos de transição...
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