Ontem estive a ver os gatos mal-cheirosos na RTP, quando de seguida está no ar o mirabolante "Os 100 maiores portugueses"! Ao ver a dita lista, pensei logo: e o Nuno Leocádio, não está na lista? Parece-me que muitos leitores não sabem quem é o Nuno Leocádio, ou podem questionar o porquê. Mas numa lista onde está o Alberto João Jardim, quer-se dizer,...
O Nuno Leocádio, agora com cerca de 31 anos, é o
recordista de taxa de álcool no sangue em Portugal, batido em 18 de Julho de 2002. Ou seja, quase 10 vezes o limite máximo permitido por lei. E, pasme-se, ele é reincidente, pois há duas semanas atrás foi «apanhado» com um nível de 2,19 g/l. Estava a treinar para fazer melhor, portanto.
Segundo a
Automotor e o
Diário dos Açores, com tal taxa, "Leocádio só poderia estar em coma profundo e nunca conseguiria conduzir um automóvel, levantando-se, inclusivamente, a suspeita sobre a credibilidade dos alcoolímetros.
Segundo o livro Medicina Legal e Toxicologia, cerca de 10% da população sente já claros sintomas de embriaguez com 1,0 g/l; 20% com 1,2 g/l; 50% com 1,5 g/l; 75% com 1,75 g/l; 100% com 2,0 g/l." Em conclusão, o Nuno não é deste planeta! Só pode ser esta a cláusula que o impede de participar e ganhar o programa da Maria Elisa, a adida cultural fibromiálgica.
Também é verdade que ele tgem de se cuidar, não numa clínica, mas devido à concorrência de peso: o
Centro do Fundão reclama que um homem de 48 anos, residente na localidade das Donas, concelho do Fundão, "terá aparentemente batido o recorde nacional de álcool no sangue durante a condução, com uma taxa de 7,1. Segundo fonte da GNR de Castelo Branco, o caso remonta a 21 de Dezembro de 2003, dia em que o visado foi interceptado por agentes da autoridade.". O Nuno teve sorte, pois o "recorde não pode ser homologado, porque, ao que parece, há a possibilidade de ter havido contaminação da colheita. O responsável adianta que a zona do corpo do condutor onde foi realizada a colheita de sangue tenha sido previamente limpa com algodão embebido em álcool medicinal".
Pá, eu processava o hospital de imediato, se fosse o tal homem. Não há direito, ele devia ter trabalhado muito para conseguir quebrar o recorde, e uma negligência destas deitam por terra o trabalho que teve?
Já o
JN noticia que a GNR de Alijó deteve, em 30/11/2006 na EN 212, em Chã (Alijó), um homem de 42 anos, agricultor, que conduzia uma motorizada com a taxa de 4,2 gramas/álcool no sangue. "O que espantou os polícias foi o facto de o homem, ao contrário do que seria normal para a situação, revelava uma grande lucidez e na sua fala denunciava o que fosse de anormal". Por outras palavras, o corpo deste moço já tem álcool a levar o oxigénio às células. Mais um caso extraordinário de adaptação do nosso corto aos nossos excessos.
Em conclusão, o Nuno Leocádio é, para mim, um dos 100 maiores portugeses, e por vários motivos: Em primeiro, contribui decisivamente para comprovar a eficácia dos alcoolímetros da PSP e da GNR. Em segundo, mostra aos portugueses que não há problemas em ser reincidente ou a ter taxas criminosas de álcool no sangue, porque depois sais em liberdade! (À 3ª vez, acho que o Nuno finalmente visitou a desejada prisão durante... 6 meses). Em terceiro, porque mostra que até a beber se consegue ser famoso neste país! Foi entrevistado pelo Expresso, e o Herman queria-o no programa. Infelizmente recusou, alegando que o Herman o queria gozar. Não sei porquê...