Querida, comprei um plasma... em pedaços!

Na hora de escolher o novo carro, o português é até estranhamente rápido e simples a decidir: quer um melhor do que o vizinho tem. Se o vizinho tem um SUV com 2 metros de altura, eu quero um ainda mais alto. Se o vizinho tem um com 2 tubos de escape, o meu tem de ter 3 no mínimo! Só assim é que eu consigo compreender porque é que 95% dos SUV que vejo em Portugal só tem uma pessoa ao volante. Também tenho a fantástica teoria que os jipes têm na sua grande maioria donos que não passam os 1,70m, mas aí falta-me um estudo mais científico... :)

O meu carrito já conseguiu transportar também muita coisa do IKEA e até um plasma (sou fã de home-cinema), e "tudo lá dentro", de malinha fechada. Um banco rebatido ali, um jeitinho ali, e tudo tem solução. E o carro não tem uma mala descomunal! Agora vem aqui a parte estranha: se não conseguisse transportar no carro, recorria aos serviços de entrega, porque sei que é perigoso transportar coisas sem a mala fechada. Pagava, mas sei que é assim. E, que eu saiba, a esmagadora maioria das lojas têm serviços de entrega ao domicílio, muitos deles até gratuitos (ou "incluídos no preço").

Só que isso é um verdadeiro rombo na masculinidade dos portugueses ao volante! «O quê, eu precisar de ajuda para levar isto?! Era o que faltava!», é o que eles pensam logo. O português até leva uma canoa num Smart, só para poupar o dinheiro do transporte! Uma cordinha ali, uma mão no capô para manter no lugar, e vamos lá que a polícia está mas é a multar os assassinos a 81km/h nas rectas de Lisboa.

A pick-up de cima é o típico caso do português que acha que consegue fazer tudo sozinho. Obrigado ao Luís Miguel Braga (fotógrafo de serviço) e ao Alberto Simões (chófére na altura) pelo registo fotográfico. A escolha da viatura de transporte, uma pick-up, pode-se dizer que é um pouco para o hilariante, mas a parte engraçada é o facto de a embalagem estar apenas segura por uns elásticozinhos, que claramente serão insuficientes para deter tal peso tecnológico no evento de uma travadela brusca, ou guinada de emergência.

Resta esperar que, no decurso dessa viagem perigosa realizada por mais este português ao volante, que denota ter uma inteligência comparável ao de um vegetal, que não tenha havido sobressaltos e que não tenha posto ninguém em perigo de vida. Gostaria de imaginar que ele teve de travar bruscamente por algum motivo, e que segundos depois viu o seu querido plasmazito a voar e a esborrachar-se por completo à frente dele.

A estupidez lusitana no seu melhor. Digam lá se não se parece com isto: