Comportar-se como um animal ao volante é tão português como o fado e o chibanço. Ter ministros a 200 km/h na A1 sem pagar multa, comprar um Audi em 2ª mão, meter um aileron Matias na oficina do bairro e testar o bólide na ponte Vasco da Gama é português. E dizer mal dos outros também. E viva o blogue :)
sábado, 9 de junho de 2007
Coleccionar selos... de uma outra forma.
Um dos fenómenos mais fascinantes e inexplicáveis que ocorre por vezes neste maravilhoso ecossistema que é o binómio português + carro, diz respeito a certos indivíduos que gostam de coleccionar os selos do carro. Eu quando era miúdo, cheguei a coleccionei selos, mas daqueles que se encontram no canto superior esquerdo dos envelopes... uma actividade que, na minha humilde opinião, revela uma actividade mental bem mais saudável do que coleccionar selos de impostos automóveis!
Bem, há quem ache que a substituição dos selos caducos por selos novos é um comportamento enfadonho, e decidem tomar atitudes mais radicais contra o sistema! Qual manifestação anti-globalização, recusam-se a adoptar tal atitude, e colam o selo noutro lugar, deixando o selo caduco no sítio. Às vezes, ponho-me a pensar se tais pessoas fazem o mesmo com as contas de electricidade, gás e águas... ou seja, afixam-nas ao pé dos respectivos contadores, como quem está a mostrar a sua rebeldia anti-sistema.
Como se mostra na fotografia, não há maneira mais segura para dizer: "Olha, cá vai um português!" . Quando era chavalo e ia de férias para os parques de campismo no Verão, micava a imigrantada toda com os seus carros. Em França, os selos de cada ano tinham uma cor distinta e garrida; como tal, não era raro ver um carro de um imigrante com a colecção de selos todos desde 1984, por degradê de cores, a lembrar uma manifestação gay. Muito surreal...
Também tenho outra teoria, mais Spielbergiana, que vou partilhar com vocês: os donos destes carros descobriram que uma mistura de gasosa, óleo de fritos de couratos, um pouco de bagacito caseiro e uns pozitos de canela fazem com que o carro viaje no tempo! Qual Christopher Lloyd, qual Michael J. Fox, eles vão e vêm nos buracos temporais deste Universo. Os selos servem apenas para não serem multados enquanto andam a comprar caramelos em Espanha a 10 pesetas o quilo. Até agora, é a única explicação minimamente diga que encontro para tais coleccionismos.
Obrigado ao colega caditonuno pela partilha da fotografia.
Gostei do blog.
ResponderEliminarVisita o meu. Vhama-se Loucuras nas estradas portuguesas.