Comportar-se como um animal ao volante é tão português como o fado e o chibanço. Ter ministros a 200 km/h na A1 sem pagar multa, comprar um Audi em 2ª mão, meter um aileron Matias na oficina do bairro e testar o bólide na ponte Vasco da Gama é português. E dizer mal dos outros também. E viva o blogue :)
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Nada como celebrar um tacho novo...
Se há coisa que a classe política em Portugal é das melhores do mundo, é nos seus timings para fazer as coisas. Temos um Euro em Portugal, pimba, 19% de IVA. Temos um Sócrates eleito com o povo em delírio, pimba: 21% de IVA. Temos a malta toda contente (ou, pelo menos, 33% dos lisboetas) todos em êxtase com a vitória do António Costa, pimbas: radares a funcionar!
Ah não sabia? Porquê, achava que lhe iam mandar um SMS a avisar? A partir de agora, os radares de Lisboa já estão ligados às máquinas registadoras de dinheiro! A caça à multa começou, com a desculpa covarde que é para evitar mortes nas estradas... quando não faltam é pessoas a morrer atropeladas nas ruas de Lisboa por causa de passadeiras mal pintadas, e carros a tapar a visibilidade, estacionados na curva ou em cima da dita zebra!
É claro que lombas antes das passadeiras são bem eficazes, mas onde é que está o lucro dessa medida? Nenhum. Ao contrário, não há pessoas a atravessar os locais onde estão os ditos radares (2ª circular, radial, etc), mas há portugueses pouco cautelosos e com bolsos bem recheados. Assim sendo, toca a celebrar mais uma bela medida que se destina a rechear os cofres da CML (30%), do Estado (40%), da ANSR (20%) e da GCL (10%). Mas que belo negócio! Quanto aos pobres peões, esses, continuem a olhar para a esquerda e para a direita duas vezes, porque a selva lisboeta vai manter-se assim por mais 4 anos.
Primeiro,quem tiver uma multa por excesso de velocidade é porque simplesmente não está a cumprir os limites impostos, com radar ou sem radar...
ResponderEliminarAgora, já ouvi dizer que os radares em Lisboa, pelo menos alguns, não foram colocados nos locais onde há mais acidentes. Não sei...
Falando como uma pessoa que convive diariamente em estradas com radares (o caso da VCI no Porto), concordo que haja este tipo de controlo, apesar de achar que mesmo assim há-de ver alguém (talvez um ministro qualquer) que não queira cumprir os limites porque está atrasado para uma determinada reunião.
Devias passar na VCI aqui no Porto antes e depois de terem metido os radares a funcionar. É que realmente os acidentes diminuiram em muito.
ResponderEliminarNão sei se algum dos caros internautas que já comentou este post é de Lisboa ou não. Eu nasci e cresci no centro, as minhas escolas e universidade foram no centro e, por ironia do destino, não me consigo livrar disto e o meu trabalho é... onde? Bem no centro de Lisboa.
ResponderEliminarComo bom lisboeta, embebido no meu bairrismo, conheço relativamente bem a realidade do que se vai passando em boa parte da cidade.
E aquilo que posso garantir desta medida de colocação de radares é que não passa de uma grande palhaçada, tal como o autor do blog muito bem descreveu.
Aliás, basta verificar que não existe um único radar perto de escolas, hospitais, zonas de travessia de peões e afins.
Apenas a título de exemplo, para vos demonstrar melhor a dimensão da parvoíce, os magníficos Energúmenos que decidiram esta autêntica palhaçada tiveram a coragem (ou a simples estupidez) de não colocar um radar numa zona bastante perigosa, perto de uma escola no Restelo, onde volta e meia acontece algo de que não vale a pena falar muito... mas tiveram a displicência de ir colocar um a 50 metros da dita escola, numa avenida perpendicular, que não é atravessada por peões nem é palco de muitos acidentes, mas onde simplesmente os veículos regra geral circulam mais depressa, até porque é uma avenida que não tem grande coisa à sua volta.
Posso garantir-vos (e se não tivesse mais nada para fazer, até me oferecia para vos fazer um roteiro pelos pontos negros da cidade) que não existe um único radar em zonas de perigo para os peões, para os veículos, ou até para os pombos de que a cidade anda cheia.
Avenidas amplas, largas, seguras, sem casas ou edifícios à volta, com alcatrão do melhor que há, essas sim, essas é que constituem o verdadeiro perigo.
Não é na Rua de São Bento, não é na tal escola do Restelo, não é na Avenida da Liberdade, não é antes de curvas perigosas ou perto de zonas frequentadas por peões... Não... Aí não faz nenhuma falta qualquer radar.
É nas rectas amplas e largas que eles são precisos.
Já dizia o outro: "a estupidez é muito mais fascinante do que a inteligência: é que a inteligência tem limites, mas a estupidez não".
Um abraço de um lisboeta que ainda não percebeu o que se passou nas últimas semanas nesta cidade.
Pessoal, conheço bem melhor os radares da VCI do que os de Lisboa. E os primeiros radares da VCI, na Prelada, foram colocados lá por causa do ruído que estava a levar os moradores da Prelada ao rubro, já que a Câmara não queria meter barreiras sonoras.
ResponderEliminarPreferiu os radares. Porquê? Esses, gerem dinheiro. As barreiras, não.
As lombas nas passadeiras ao pé de escolas e de hospitais não geram receitas. Passagens aéreas não geram receitas.
Hoje foram 2000 apanhados no radar. Alguém tinha sido avisado ontem? Acho apenas muito curioso que as medidas que vão resolver as mortes e acidentes na estrada têm sempre esse efeito colateral saboroso, que é um aumento de receitas...
Já parece o filme Sicko, onde a morte é um negócio...
Perdoem-me por estar a encher isto com as minhas conversas, mas uma pequena curiosidade para a Dyn@, que ao que sei também tem um blog 5 estrelas.
ResponderEliminarDyn@, disseste que quem tiver uma multa é porque não está a cumprir os limites... Pois, mas em Lisboa não é bem assim.
É que nalgumas zonas o limite era de 80km/h, por serem zonas amplas, abertas, sem nada à volta, etc...
Só que com esta palhaçada, e para que os radares fossem aprovados pela tal entidade que os certificou, havia uma série de zonas em que os radares teriam que disparar a 50km/h, por uma questão legal qualquer. Então as zonas que até eram bastante seguras para se circular a 80km/h (ou mais, na minha modesta opinião), passaram aos tais 50km/h.
Exemplo disso é o prolongamento da Avenida dos EUA, onde os carros (incluindo os da PSP, GNR, e até algumas carroças) circulavam alegremente bem acima dos 100km/h, mas agora têm que ir literalmente a "pastelar" para não serem fotografados.
Em http://www.aca-m.org/pontos_negros/imagens/lisb_15.jpg podem ver uma fotografia de parte da referida avenida. Convirá sublinhar (uma vez que não se nota na imagem) que a avenida se encontra num plano elevado, impossibilitando qualquer tipo de atravessamento de peões, entrada ou saída de veículos, etc.
Enfim, bem melhor do que em muitas auto-estradas.
Mas nem pensar em passar dos 50 ali, meus amigos, nem pensar, é um perigo incomensurável!
Penso que nao tenho mais nada a acrescentar ao que ja foi dito!por acaso embora seja da zona do Porto conheco alguns dos locais onde foram instalados os magnificos radares e os que conheco sinceramente nao estao la a fazer absolutamente nada a nao ser caçar multas...
ResponderEliminarAte parece que o unico causador dos acidentes nas estradas Portuguesas e o ecxesso de velocidade(sim por vezes é) mas não e so se calhar era melhor mostrarem que estao a tentar reduzir tentando combater outros perigos nas estradas...tais como as pessoas mais idosas e os azelhas que circulam nas estradas...mas enfim...para os idosos ate o seguro e mais barato porque os outros passam os dias a tentar nao chocar com eles...mas para os jovens que acabaram de tiraram a carta a relativamente pouco tempo ja e mais caro...Agravamento por teres carta a menos de 2anos, agravamento por teres menos de 25anos, agravamento por teres uns boxers as riscas azuis...enfim...
Caça à multa???...
ResponderEliminarAlguem já reparou, no sinal que pisca, tem escrito radar???...
Continuo da opinião que os radares são importantes em vias de muitos acidentes, como foi o exemplo na VCI (no meu blog tenho os números dos multados e dos acidentados.
ResponderEliminarAgora, pelo que eu já tinha ouvido e pelo que li nos vários comentários, os radares não irão resultar se não estiverem colocados nos locais certos. Isso é um facto.
Mas uma coisa é certa, os radares em Lisboa já foram colocados no final do ano anterior ou no início deste ano. Os lisboetas podiam não prestar atenção, mas eles estavam lá. E há uma semana que se sabe que os radares iam entrar em funcionamento...
Eu acho que esta história dos radares em lisboa tem como objectivo diminuir a velocidade média de circulação e não a de evitar acidentes directamente. Estes radares destinam-se principalmente aos meninos que gostam de passear na 2ª Circular e na radial de benfica acima dos 180Km/h.
ResponderEliminarAcho mais caça à multa os carros da BT com o radar do que isto pois só se é multado se for estúpido ou a dormir...
Não sei se resulta mas se os condutores se habituarem a andar mais devagar em lx os acidentes vão concerteza diminuir...
Concordo mais com a visão do Luis Sardinha. Não me parece que esta medida seja directamente, para diminuir os acidentes e sim para diminuir a velocidade de circulação.
ResponderEliminarMAS....
O que é que me impede de diminuir a velocidade ao passar no radar e 100m depois aumentar de novo????
Caro Luís,
ResponderEliminarSer-se multado em Lisboa com estes novos radares não depende apenas de "ser estúpido" ou "ir a dormir".
Nalgumas zonas basta apenas, distraidamente, levantar um pouco o pé do travão por alguns segundos e já se está a ser fotografado.
Convido todos a darem uma voltinha por Lisboa, para verem se isto faz algum sentido.
Principalmente, se faz algum sentido sabendo o estado em que estão algumas passadeiras, rotundas, cruzamentos e sinalização, onde efectivamente ocorrem acidentes e há vítimas.
Mas é como disse o autor do blog: não dá receita ter uma passadeira bem sinalizada e que evite acidentes.
Basta ir do centro da cidade para o Parque das Nações, por exemplo... Aí está mais um exemplo de bradar aos céus: a avenida é ampla e larga, e de vez em quando surgem passadeiras onde, infelizmente, até já pude testemunhar a remoção de um infeliz peão que se arriscou a atravessar ali.
Um radar aí faria falta? Claro que sim!...
Mas não, ele foi colocado algumas centenas de metros mais à frente, uma vez que é aí que, regra geral, os veículos atingem mais velocidade, apesar de já não haver nessa zona qualquer passadeira, casa, paragem de autocarro e afins.
Viram os jornais esta manhã? Certamente repararam nos números: 2000 condutores apanhados, não sei quantos milhares de euros de receita no primeiro dia, etc, etc, etc... Alguém conseguiu ver nessas notícias algum indicador relacionado com a redução de acidentes ou de vítimas? Por acaso morreu menos gente ontem do que noutro dia qualquer há 2, 3 ou 4 meses?
Eu repito o que referi ontem: tivesse eu tempo livre e mais nada para fazer, e começava a fazer roteiros "turísticos" no meu carro a todos os caros internautas que ainda julgam que Lisboa precisa de radares em rectas, em vez de passadeiras bem sinalizadas, lombas de redução de velocidade ou simplesmente uma maior fiscalização nas zonas mais perigosas.
Ao que parece, nada disso é necessário.
Como é evidente, na VCI ao aproximarmo-nos dos radares diminuimos a velocidade e mal passamos aceleramos. Isso é óbvio.
ResponderEliminarQto aos números, é evidente que nesta altura irá se falar muito das multas e dos valores arrecadados porque é o mais rápido e mais fácil para fazer uma estatística. Não é possível num só dia de utilização se saber se já houve ou não diminuição de acidentes, até porque para que conste (no meu blog falo constantemente disso) na VCI continuam a existir muitos estúpidos que têm acidentes mesmo no local dos radares... Expliquem isso.
Explicação:
ResponderEliminarOs radares não são a forma mais eficaz de reduzir a sinistralidade rodoviária.
No entanto, geram receita.
Outras medidas, como as lombas redutoras de velocidade, a melhoria da sinalização ou das vias de rodagem são mais eficazes, mas não geram receita.
Basicamente, neste caso a eficácia funcional foi vencida pela eficiência financeira.
exacto
ResponderEliminardyn@, anónimo, é mesmo isso. André Modesto, não moderas isto?! :) estou a brincar.
ResponderEliminarDyn@, qual é o teu blogue? Se também falas sobre este assunto, merece uma ref.
Os Radares sinalizados... só geram receita, por vontade dos condutores... certo!...
ResponderEliminarA Formação dos condutores por certo não será a melhor...
A Palavra chave sera o "civismo" esse sim evita acidentes...
Qualquer dia está alguem a colocar um post, a pedir que cada condutor tenham um agente ao lado para lhe dizer o que deve ou não fazer...
Aranja-se sempre um bode espiatório...
ResponderEliminarOs condutores nunca têm culpa de nada... são os desgraçados... ou é má sinalização ou sinalização a mais... ou caça à multa... ou querem lombas... depois são as lombas que danificam os carros e a coluna... as passadeiras são brancas demais e provacam encadeamento com a luz refletida...
Evite a caça á multa...
ResponderEliminarrespeite o codigo da estrada, seja civico...
Estes últimos posts, perdoem-me a ousadia, mas não consigo perceber o seu enquadramento nesta discussão.
ResponderEliminarToda a gente sabe que a culpa de um sinistro rodoviário é do condutor. Toda a gente sabe que tudo depende do civismo. Toda a gente sabe que se todos nós circularmos dentro dos parâmetros definidos pelo Código da Estrada, a sinistralidade diminuirá exponencialmente.
E o que toda a gente sabe também, é que isto não é um mundo perfeito. E como não é um mundo perfeito, terá que haver sempre medidas repressoras dos comportamentos de risco.
E é disso que se fala: das várias medidas repressoras do comportamento de risco "circular a alta velocidade", especificamente da eficácia dessas diferentes medidas.
Agora, se no mundo perfeito toda a gente usa o pisca, deixa passar a velhinha na passadeira ou não manda a beata pela janela do carro, isso já é outra conversa.
Só que isto não é o mundo perfeito, nunca foi e dificilmente virá a ser.
É o melhor que temos, compete a cada um de nós o esforço por torná-lo em algo melhor, e deu para perceber que os autores dos últimos posts estão empenhados nisso, mas não é disso que se fala no post.
Antes de mais.. uma correcção muito importante.. Foi o Durão Barrosso (e não o Socrates) que aumentou a taxa de iva de 19% para 21%. Que o Socrates anda a fazer muita coisa que prejudica que precisa de ajuda é verdade.. mas vamos deixa-lo só com o que ele faz.
ResponderEliminarSe existem regras/normal.. então é para serem cumpridas.. Se o limite de velocidade é 50km/h então é esse mesmo e não outro.
O que estás a deixar transparecer é que mesmo que passes abaixo de 50km/h apanhas multa.. obviamente n é verdade.
Em relação aos radares quando foram instaurados na VCI do Porto.. o numero de acidentes diminuiu 90%.
E esta hhhhheeeemmmm??
Anónimo, não é verdade. O Durão Barroso mudou de 17 para 19%, o Sócrates mudou de 19% para 21%. Sim, há 5 anos atrás, mais ou menos, andavamos com 17% de IVA...
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